Pessoas Aqua4D: Hugo Gaignebet

Nos encontramos com Hugo Gaignebet, Suporte Técnico da Aqua4D na Sierre, Suíça.

Então, Hugo, nos fale um pouco sobre você.

Bom, nasci e cresci em Paris, depois estudei Engenharia Mecânica e Industrial em Lille, na mesma instituição (Arts et Métiers) que Charly, nosso Diretor Técnico. Charly divulgou a proposta de trabalho na rede Alumni e foi assim que acabei fazendo suporte técnico aqui, na Aqua4D.

Como é o seu dia a dia na empresa?

Estou no escritório metade do tempo. Quando estou aqui acompanho projetos em andamento, ajudo a equipe de marketing, treino novatos e pratico algum esporte com o time – grande parte do escritório faz uma pausa para jogar “baby-foot” (pebolim). Quando estou na estrada meu trabalho consiste em acompanhar clientes, verificar a instalação do sistema, configurar um protocolo de validação onde todos os critérios de sucesso do projeto estejam declarados e acordados.

Qual a parte mais gratificante do seu trabalho?

As viagens me permitem ir a lugares que eu nunca teria ido, longe de locais turísticos e, por conhecer os clientes e colegas de diferentes culturas, consigo evitar a “rotina”. A empresa também é muito flexível em relação a trabalhar de casa ou conciliar compromissos profissionais e pessoais, o que significa que também posso viajar um pouco por conta e combiná-la com o trabalho. A comunicação aberta também permite o crescimento de confiança entre meus chefes e a mim; eles ouvem muito o que tenho a dizer e sinto que as minhas opiniões são consideradas quando decisões são tomadas. Sinto como se fosse considerado e o que eu digo, e quem eu sou, importa aos meus colegas.

Aqua4D é uma empresa de tecnologia ambiental – o que isso significa para você?

Bom, o produto que vendemos é ecológico, o processo pós-produção não cria nenhum tipo de refugo e dá aos nossos clientes um controle melhor do consumo de água e fertilizante. Desde que comecei a trabalhar aqui percebi que a qualidade da água está degradando em muitas partes do mundo, ao mesmo tempo que o seu consumo aumenta. Nosso sistema oferece ótimas soluções enquanto não polui ou usa químicos. Enquanto isso, estamos no comando da maior parte do processo de produção internamente, então conseguimos controlar seu impacto e também manter baixo os custos com frete.

O que você acha que separa a sua empresa dos concorrentes?

Resumidamente, acompanhamento de projeto excelente, em escala internacional. Toda questão que nos é perguntada recebe uma resposta da nossa equipe e, na maior parte das vezes, na língua em que nos é feita. Essa é uma grande força da nossa empresa – sua natureza internacional. Temos muitos concorrentes pequenos, mas não vejo um que possa lidar com projetos em tantos países diferentes da forma que fazemos. Rigor e seriedade também possuem um grande papel. Estamos constantemente colaborando com universidades e fazendo pesquisas nos campos em que trabalhamos; basicamente elas nunca param e estudos de validação estão acontecendo por todo o mundo, todos com acompanhamento suíço rigoroso pela nossa equipe técnica.

Vivemos em tempos desafiadores – quais os impactos da mudança de tempo na agricultura?

A mudança de clima, definitivamente, já está acontecendo, com notável aumento da temperatura e climas extremos. Um bom exemplo desse impacto é um dos meus clientes no sul da Espanha. Quando instalamos em seu campo, no fim de 2015, ele estava nos dizendo que não precisaríamos nunca nos preocupar com chuvas por lá. Desde então ele teve neve, inundações, neblina, entre outras coisas que destruíram as suas safras regularmente. Este é um exemplo, mas tenho dezenas. Desde inundações no Peru e Brasil, até altas temperaturas e escassez de água no Arizona.

Então você acha que a sua empresa pode contribuir, de alguma forma, para aliviar esses problemas?

Bom, a mudança no tempo é um desafio de todos. Podemos ajudar apenas mudando a forma que consumimos, como indivíduos, mas nosso produto não faz milagres. Essencialmente, a agricultura consome cerca de 70% da água consumível deste planeta e, porque o mercado dita as regras, existe cerca de 30% de desperdício antes mesmo dela alcanças nossos pratos. Também existe a destruição da biodiversidade no solo e significante poluição de água e ar. O fato é que todos precisam de comida e a população está crescendo, mas o sistema de produção de alimentos, de modo geral, precisa de transformação. De nossa parte, nosso sistema definitivamente ajuda a produtores a reduzir seu consumo de água e fertilizante, então certamente estamos fazendo nossa parcela para reduzir os impactos prejudiciais da indústria.

O que o levou a essa empresa? Você tem alguma lembrança que se destaca do seu tempo, até agora?

Venho da engenharia industrial e mecânica, trabalhei na Airbus, Thales, uma start-up fazendo MBA online e empresa de consultoria. Então os negócios de agricultura foram completamente novos para mim, mas rapidamente se tornou meu trabalho favorito. Com seus desafios, tudo é sempre novo: novas pessoas, novas culturas, nova forma de trabalho. Ver a empresa crescer é muito interessante, após trabalhar em uma start-up posso ver a fase seguinte da empresa e vender produto pelo mundo todo. Tenho algumas lembranças maravilhosas desde que comecei. Existe um ótimo espírito de empresa – churrascos, lasertag, degustação de vinho, jogos de “baby-foot” (pebolim) e squash com os colegas. No entanto, viajar a trabalho com George, me hospedando com Phillip, na Califórnia, descobrindo lugares escondidos no México com Ramon e aprendendo diariamente com Charly. É definitivamente intenso e cheio de lembranças maravilhosas.

O que tem para o resto de 2018, quais projetos ou destaques você tem a vista?

No momento, estou me concentrando principalmente na Califórnia e na Espanha, com talvez um projeto em vinhedos sul-africanos; sou eu quem vai fazer alguns relatórios e reunir informações para o escritório suíço. Com o nosso novo edifício também a caminho, há certamente muita coisa a chegar.

Hugo Gaignebet, obrigado.

Fotografia: Almoço com clientes no Brasil